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CABELO: HISTÓRIAS DE MULHERES REAIS

by Ana Flávia

O movimento de aceitação está ganhando mais força e sendo incentivado e divulgado por pessoas influentes, as marcas mesmo que em pequena escala tem enxergado que existem vários tipos de cabelo e não apenas o liso, ajudando as mulheres a tratarem os fios independente do tipo que possuem.
Porém, mesmo com toda essa movimentação o ideal está bastante distante de nossa realidade. Como podemos incentivar meninas e mulheres a se amarem e se aceitarem quando elas não conseguem se reconhecer em desenhos, filmes, livros e propagandas?
A diversidade existe, mas as singularidade não são tão bem aceitas pela sociedade que persiste em reafirmar padrões.

Entrevista com Daienny Reis

“Viver nessa ditadura do padrão perfeito foi e ainda é difícil para todas nós. Quando mais nova, isso era algo que eu não tinha consciência, mas que me afetava muito, pois minha autoestima sempre foi baixa em relação a minha aparência. Isso me limitou bastante, me tornando uma pessoa muito introspectiva e que tinha vergonha do corpo.
Em relação ao cabelo, quando eu era mais nova, eu sempre tive ele grande, e naturalmente liso. Com isso, nunca sofri.
O tempo foi passando e eu fui cortando aos poucos, mas nunca tinha coragem para cortar curtinho (pixie) por medo de me sentir feia e de me acharem feia. Isso é muito relacionado à construção de feminilidade que é imposta às mulheres desde pequenas. Fui me desconstruindo aos poucos em relação a isso porque era um estilo de corte que sempre achei lindo, mas que eu me limitava por medo. Mas um dia tomei coragem e resolvi agendar o corte, sem medo algum. Eu simplesmente amei e quero mantê-lo por muito tempo!
No geral, eu ainda tenho problemas de aceitação. Em relação ao meu cabelo, não. Eu tenho um cabelo liso, aceito muito bem pela sociedade, não é algo que me faz sofrer preconceito como mulheres com o cabelo crespo, por exemplo. Mas ainda tem pessoas que me dizem que preferiam meu cabelo grande, “ta bonito assim, mas prefiro grande”, acho que se esquecem que apenas eu é quem tem que gostar né?! Também tem homens machistas que dizem que mulher tem que ter cabelo grande…
Enfim, estou muito feliz com meu cabelo, não me importo com críticas (pois foram poucas), mas ainda tenho muito o que trabalhar na minha autoestima em relação ao meu corpo, principalmente.
Recado para quem está com problemas para se aceitar: beleza é um conceito muito abrangente, padrões foram impostos para que nos encaixássemos, mas é impossível! Não se torture tentando entrar em um padrão e/ou em ser perfeita. Ninguém é perfeito! Não se compare, você é única (o)!”

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