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Crônica: O presente do cotidiano

by Mariana Aroni

Pandemia, uma palavra que assusta, mas que após mais de um ano vivendo cercados por ela nos acostumamos a ouvir. Todo dia as notícias parecem as mesmas: “o número de mortes em decorrência da Covid-19 no dia de hoje bateu novo recorde”, “faltou vacina para a segunda dose de imunização”, “a transmissão do coronavírus continua em alta”, etc. Um novo dia, com tudo igual. Manter-se informado, ultimamente, tem um preço muito alto: nossa serenidade. 

O cansaço é nosso companheiro de sempre. Mas como? Se estamos “em casa”. Podemos dormir as 8 horas diárias recomendadas, podemos tirar uns minutos para olhar pela janela e contemplar o céu. Tem sempre algo à espreita, que suga nossa energia, que nos esgota diariamente. O problema é suportar o peso de sei-lá-o-quê que nos sufoca todo santo dia. 

Acredito que seja uma exaustão coletiva. Parece que todos com quem conversamos expressam essa mesma fadiga persistente. Insônia, ansiedade, depressão, estresse e preocupação, tem sempre alguém em nosso cotidiano atual se queixando desses males. Não é à toa que a venda de antidepressivos cresceu cerca de 17% durante a pandemia, segundo dados do Conselho Federal de Farmácia (CFF). Algumas das maiores doenças do século se agravando de forma abrupta — como se as taxas de enfermos já não estivessem altas.

Ressignificar os dias é um respiro, uma alternativa de enxergar além do que se vê, do que se ouve, do que se sente… do que todos os nossos sentidos humanos são capazes de captar. A criatividade humana é um dom divino. Somos capazes de nos encantar com o comum, de nos deixar afetar — no sentido de afeto — pelas minúcias do cotidiano, que às vezes passam despercebidas. Quem tem um pet sabe bem disso! O olhar de amor, o tom de carinho, a presença. Talvez seja isso que nos salve do peso dos dias. Sim, a ressignificação de nossa presença. Você está presente? 

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