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Cidades inteligentes: o futuro deve ser visto como um imperativo pelos gestores públicos

by Yann Santos

O bem-estar dos indivíduos, conforme a teoria econômica clássica, deriva da combinação eficiente de quatro fatores: 1. Terra (R): recursos naturais; 2. Capital (K): instalações, moeda; 3. Trabalho (L): operários; 4. Tecnologia (T): sistemas de conversão de energia, máquinas. A tecnologia, se bem empregada, pode ajudar a suprir os outros fatores de produção. Vejamos o exemplo de Hong Kong: com a ajuda da tecnologia, a cidade autônoma conseguiu contornar sua escassez de recursos naturais, desenvolver seus pólos produtivos e se tornar uma das maiores economias do planeta. 

O fator T impulsionou o desenvolvimento da humanidade. Comparando os séculos XVIII e XXI, percebemos que o custo de vida foi reduzido drasticamente. “Graças a avanços tecnológicos, uma hora de trabalho pode comprar mais alimento, saúde, educação, vestuário, material de construção e pequenas necessidades e luxos do que antigamente”, explica o cientista cognitivo Steven Pinker em “O Novo Iluminismo”.

O Brasil ainda precisa avançar muito para ser considerado um país aberto à inovação. Enquanto o mundo está discutindo a implementação da tecnologia 5G e o desenvolvimento de carros autônomos, nós ainda estamos pensando em formas de universalizar o acesso ao saneamento básico. Nossa estrutura burocrática — composta por cartórios e outras repartições públicas — e o nosso sistema de ensino também são arcaicos. 

Em 2017, o Governo Federal gastou R$ 172,8 milhões com a reprodução de documentos físicos e mais de R$ 400 milhões com o armazenamento de papéis. Para que o país saia do atraso, é preciso converter átomos em bits; o governo deve estimular a inovação e a modernização da máquina administrativa.

As cidades inteligentes têm a tecnologia como base estrutural. Elas investem em cabos de fibra óptica e em antenas de telecomunicação para melhorar a conectividade da população, digitalizam serviços e oferecem um ambiente propício à inovação.

Com o advento da tecnologia 5G, essas cidades adotaram equipamentos que suportam faixas de frequência mais amplas. Elas também se adequaram ao desenvolvimento da internet das coisas e à intensificação do uso das redes de telecomunicação.

Para que Belo Horizonte e as outras cidades do Brasil avancem, a tecnologia precisa se tornar um imperativo. O futuro deve ser visto como uma máxima pelos gestores públicos.

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