O Talibã conseguiu neste final de semana tomar a liderança no controle do Afeganistão. O território – que passou os últimos 20 anos com a presença de militares americanos e que já não conta mais com eles – foi dominado pelo grupo fundamentalista islâmico e agora a população sofre com o aumento da repressão feita pelo novo governo.
Com a nova ascensão dos extremistas, as mulheres já sentem as primeiras consequências. Fotos publicitárias e pinturas com pessoas do sexo feminino em evidência já estão sendo cobertas ou retiradas. Há também o medo pela volta de imposições como proibição do direito de trabalhar e de só ir às ruas acompanhadas por um parente do sexo masculino e vestindo uma burca. Além disso, já existe uma tensão quanto a possibilidade da retirada dos direitos das mulheres de estudar.
“Alguns professores se despediram de suas alunas quando todos foram evacuados da Universidade de Cabul nesta manhã … e talvez não tenhamos nossa formatura assim como milhares de alunos em todo o país.…”, afirmou Aisha Khurram, uma ex-embaixadora da Juventude da ONU.
Conquista do poder
O Talibã chegou a Cabul – capital – neste domingo (15). Ashraf Ghani, presidente afegão até então, disse que deixou o país para evitar um banho de sangue. Em comunicado no Facebook, ele afirmou que “O Talibã venceu … e agora é responsável pela honra, propriedade e autopreservação de seus compatriotas”.
“Agora eles enfrentam um novo teste histórico. Ou preservam o nome e a honra do Afeganistão ou dão prioridade a outros lugares e redes”, acrescentou.
Abdullah Abdullah, ex-vice-presidente e chefe do Conselho Superior para a Reconciliação Nacional, disse que Ghani “abandonou a nação”.
História do Talibã
O grupo insurgente denominado de Talibã surgiu em 1994 e governou o país entre 1996 e 2001 – período conhecido pela forte repreensão tendo com princípios a interpretação feita por eles do livro sagrado alcorão – quando forças armadas americanas invadiram o território.
Nos últimos anos, diferentes governos do EUA foram pressionados a tirar as tropas dos país. Isto, alinhado ao fato das forças afegãs ainda não estarem prontas para resistir às investidas contra a sua soberania, acabou ocasionando na tomada do poder pelos extremistas.
Atual presidente americano, o democrata Joe Biden agora analise e estuda a situação. Com o agravamento da situação, a embaixada dos EUA foi esvaziada e o plano é retirar todos os funcionários da nação da embaixada em Cabul nos próximos dias.
