A infectologista foi nomeada para a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 mas não chegou a exercer a função
A médica infectologista Luana Araújo presta depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid nesta quarta-feira (02/06). Ela foi nomeada como Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, do Ministério da Saúde, mas não chegou a exercer a função. A reunião em que ela é ouvida está em andamento há mais de 3 horas.
Acredita-se que a demissão da especialista tenha se dado por questões ideológicas do Palácio do Planalto. A médica não defende o uso da cloroquina como método preventivo contra o coronavírus, posição não apreciada pelo presidente Jair Bolsonaro. O Chefe de Estado difunde reiteradamente o uso do medicamento contra a doença e acredita na chamada imunidade de rebanho.
Durante a CPI, a infectologista afirmou que a imunidade de rebanho não pode ser efetiva contra a Covid, uma vez que o vírus é capaz de sofrer mutações e que a vacinação e os métodos de saúde e segurança para conter a disseminação da doença são os procedimentos corretos. Segundo ela, “a imunidade de rebanho natural, dentro do Sars-CoV-2 e dentro da doença Covid-19, é impossível de ser atingida. Não é uma estratégia inteligente.” A médica afirmou ainda que, durante o período em que estava no cargo dentro da Secretaria para a qual ela havia sido nomeada, as ferramentas para conter a transmissão da Covid não foram discutidas.
Em relação à possibilidade da realização da Copa América no Brasil, a especialista alega que “é um risco desnecessário de ser corrido neste momento” em que “existe uma estabilização perigosa” dos números de contaminação.
Luana Araújo foi convocada para prestar depoimentos por requerimento dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Humberto Costa (PT-PE).
A reunião pode ser acompanhada e acessada na íntegra pelo canal da TV Senado no YouTube.
Foto: Reprodução / TV Senado
