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Efeito “io-iô” assombra América

by Camila Toledo

Time mineiro conquistou o acesso à série A, mas futebol apresentado nos últimos jogos não convence.

Foto: América/Divulgação

A oscilação do time do América confunde o torcedor. É evidente que a chegada à semi final da Copa do Brasil deixando pelo caminho os favoritos Corinthians e Internacional foi histórica e que o clube está garantido na primeira divisão do campeonato brasileiro, mas o futebol por vezes apático e o histórico pós acesso do clube na última década deixam margem para a insegurança em relação ao coelho: nas três últimas ocasiões em que o time conseguiu o acesso à elite do futebol nacional (em 2010, 2015 e 2017), o clube retornou à série B logo nos anos seguintes (2011, 2016 e 2018).

O jogo que o América fazia na Copa do Brasil empolgava: batia de frente, sem medo e de igual pra igual, com os favoritos até ser eliminado pelo Palmeiras. Na série B, em contrapartida, o coelho jogava com a experiência na competição, mas dependia que seus principais jogadores estivessem em um bom dia. Por vezes apresentou um futebol organizado e consistente, por outras, foi ineficiente e sem criatividade em campo. Isso foi suficiente para garantir o acesso, mas o time parece estar numa preguiçosa lua de mel com os bons resultados conquistados nessa temporada – incontestavelmente positivos -, não tendo ainda compreendido o tamanho do desafio que terá de encarar: jogar a série A.

Lisca, mesmo sendo especulado em outros clubes, parece já ter entendido o panorama. Após o empate sem gols com o Brasil de Pelotas, que praticamente entregou o título da série B à Chapecoense, o técnico disparou: “A série A é uma outra competição, outro nível de exigência. E, se atuarmos dessa maneira que jogamos hoje e nos últimos dois jogos, vamos passar vergonha na série A. Vergonha grande!”.

A esperança do América vem do setor financeiro do clube após a premiação pelo terceiro lugar na Copa do Brasil, que chegou a R$ 17,6 milhões e pode permitir que o clube dispute contratações de reforços importantes. Para se ter uma ideia da importância da entrada desse dinheiro no clube, o valor do plantel do coelho atualmente é de R$ 7,6 milhões. O Internacional, por exemplo, que disputa a ponta do campeonato brasileiro, possui valor de mercado de seus jogadores em R$ 59,33 milhões (transfermarket).

Por outro lado, estar em evidência em tal competição atraiu olhares cobiçosos para os jogadores do América. Ademir, que é camisa 10 e foi um dos pilares da campanha histórica dessa temporada, têm sido constantemente relacionado à Grêmio e Palmeiras, por exemplo. Vale lembrar que o jogador virou titular absoluto depois que o clube realizou a venda de Matheusinho para o Beitar Jerusalém, de Israel.

Dadas as circunstâncias, resta ao América compreender que até aqui venceu somente uma das batalhas – o acesso – e não a guerra – a permanência na elite do futebol brasileiro.

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