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Porcas e parafusos: Adversários à parte de Valtteri Bottas

by Camila Toledo
Valtteri Bottas

O finlandês da Mercedes tem lutado contra bem mais do que gostaria

A sorte é implacável. E quando ela resolve agir, não há o que se fazer. Valtteri Bottas sabe muito bem disso.

A última vez que ele havia sido vítima dela – ou de sua falta – de maneira cruel e a sangue frio foi no Bahrein. Mais precisamente no GP de Sahkir, em dezembro do ano passado (na lendária vitória last to first de Sergio Perez).

Para contextualizar a dimensão em que a sorte age com relação à Bottas, vamos voltar à 2017, ano em que o finlandês assinou pela Mercedes AMG-Petronas.

Valtteri foi contratado para substituir Nico Rosberg, este que aos poucos teve de disputar o posto de piloto principal da equipe com o recém chegado Lewis Hamilton, que se juntou à Mercedes em 2013.

O britânico foi campeão mundial em 2014, 2015 e 2017 e Rosberg levou o campeonato de pilotos em 2016, ano de sua aposentadoria.

Lewis tornou o queridinho não só da Mercedes, mas rapidamente do mundo todo exibindo um desempenho muito acima dos demais desde muito novo.

Bottas sempre mostrou a que veio nas pistas, mas na grande maioria das vezes é superado pelo colega britânico, sendo inclusive preterido nas estratégias da equipe.

O piloto do segundo carro da Mercedes nunca foi campeão mundial na Fórmula 1, mas teve participação crucial nos 5 títulos de construtores que a equipe conquistou desde sua chegada.

O finlandês, ao contrário de Lewis, é um sujeito discreto, mas que desde o último ano vem mostrando sua inquietação como segundo piloto, tentando aproveitar toda oportunidade de se sobressair.

A bagunça no Bahrein

É aí que entra a sorte, indócil. No GP de Sahkir, os ventos pareciam soprar a favor de Bottas: Hamilton não correria, positivo para covid-19. Não digo que Valtteri tenha ficado feliz com isso, afinal o motivo preocupa, mas a oportunidade não deve ter saído de sua cabeça.

George Russel, emprestado pela Williams, assumiu o carro de Lewis naquela ocasião. Bottas foi pole position na qualificatória.

Mas aí veio o domingo de corrida. Já perto da bandeirada final, no que provavelmente seria o último pitstop das Mercedes, a equipe chamou os dois pilotos ao box e a sorte pôde agir contra Bottas.

Por mais inacreditável que possa parecer para uma equipe do calibre da Mercedes AMG, os mecânicos se confundiram com os pneus, colocando um pneu de Russel no carro de Bottas e o que seria de Valtteri foi parar no carro de George. Uma confusão total, que fez o finlandês ficar estagnado por 27 segundos no pit lane e terminar a corrida em oitavo.

A infâmia em Mônaco

Hoje, no GP de Mônaco, foi ainda pior. Com Lewis largando apenas em sétimo, seria o dia perfeito para Valtteri batalhar pelo primeiro lugar como se sua vida dependesse disso. E poderia, não fosse – novamente – a sorte.

Em seu primeiro pitstop, na volta 31, quando estava atrás apenas de Max Verstappen, Bottas viu sua equipe lutar para trocar seus pneus por um motivo inusitado: a porca da roda dianteira direita estava presa. Trocaram a pistola que remove a porca: nada. Trocaram o mecânico que a remove: nada.

E assim acabava o GP de Mônaco para o piloto, que ali era obrigado a abandonar a corrida.

Chegando a 2021 com rumores de sua saída da Mercedes – negados veementemente por ele e por Toto Wolf – para a vinda de George Russel, Valtteri Bottas, além dos 19 adversários e por causa da sorte, tem de enfrentar também porcas e parafusos.

*Foto em destaque: AMG Mercedes/Divulgação

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