Home Cultura Entevista com as artistas de rua do duo Fenix

Entevista com as artistas de rua do duo Fenix

by Ana Flávia

Entrevista com Sthefany Santos

 De que modo você se interessou pela arte e por que levá-la para as ruas ?

S: “Eu sou paulistana, nasci em São Paulo vivi lá até 11 anos de idade.

E eu sempre desenhei e São Paulo ela tem o Graffiti muito forte é referencial brasileiro e até mundial o estilo. Eu sempre absorvi e o meu pai sempre desenhou também, então desde criança eu sempre estava rabiscando e absorvendo o graffiti da cidade e eu sempre achei super bonito.

Com 18 anos eu já absorvia muito a cidade só que eu não tinha nenhum contato com nenhum grafiteiro e em qualquer meio que você vai entrar se você não tem nenhum contato você fica um pouco perdido, com receios, mas eu vi que era a melhor forma que eu podia alcançar outra pessoa. Porque a galeria alcança mais a quem tem o acesso, é muito restrito e a rua é democrática. Eu sempre quis me expressar de alguma forma que alcançasse pessoas que eu não tenho contato, porque a criança, o idoso, o rico, pobre, qualquer pessoa vai ver, gostando ou não gostando, então eu me apaixonei por esse tipo de arte e foi por isso que eu comecei a pintar na rua.”


 Antes de você grafitar ou criar o desenho como é feita a escolha da área?

S: “Quando você começa a pintar na rua, ou qualquer outra coisa que você tenha interesse, você vai começar a observar.

Pra quem pinta na rua é a mesma coisa, um murinho branco é a sensação do momento. Então a gente já passa pensando em todos os lugares prováveis para  pintar e pra fazer alguma intervenção.

 Como foi para você grafitar na praça da liberdade/ savassi ?

S: “A visibilidade que a Praça da liberdade trás  , não há outro ponto da cidade que traga porque é um circuito é um centro cultural muito grande da cidade, pessoas de todo o entorno de BH transitam por lá a procura da arte principalmente. Você tá nesse palco que é a praça pintando esse extremo da arte, eu tive um retorno muito grande , até afetuoso. O “lute como uma garota “ , veio porque eu pensei que eu estou em um lugar com uma visibilidade muito grande e porque não usar ele para empoderar ou para inspirar alguém.
A arte urbana é muito democrática e nem todo mundo que passa por ali tem coragem de entrar no museu .
Nem todo mundo sabe que pode entrar aqui , é grande , bonito . Grafitar em volta da praça fez com que eu conseguisse alcançar as minhas expectativas e passar isso para as pessoas .

 Entrevista com Kawany Tamoyos

 De que modo você se interessou pela arte e por que levá-la para as ruas ?

K: “A gente sempre começa desenhando, eu sempre desenhei e meus pais sempre me incentivaram a desenhar nunca tiveram esse bloqueio comigo… Então eu sempre tive esse interesse pela arte, e aí quando eu fiz um curso técnico em Artes Visuais na Oi Kabum que eu consegui me aprofundar mais no que eu desenhava, que tipo de mensagem eu queria passar nas técnicas e lá eu conheci professores que trabalhavam com intervenção urbana, desde de performance até graffiti. Eles me incentivaram a levar meu trabalho pra rua nesse sentido, porque minhas ilustrações sempre tiveram uma mensagem muito forte para passar sobre feminismo e sobre minha ascendência indígena. Eu pesquisei muito sobre isso, sobre cultura indígena, os grafismos, as situações deles no Brasil.

Minhas ilustrações tinham esse desejo de transmitir mensagens. Então a rua era o melhor suporte para isso, porque a arte urbana é a arte que eu considero mais acessível a mais democrática que todo mundo acessa independente da classe social, do tipo de pessoa e de onde está vindo. O meu desejo principal ao trazer isso para a rua foi conseguir transmitir cada vez mais essa mensagem da maneira mais livre possível.”

 Antes de você grafitar ou criar o desenho como é feita a escolha da área (Bairro ou ponto) ?

K: “Acho que quando a gente escolhe fazer Graffiti a gente nunca escolhe o muro mais bonito, o lugar mais bonito, entre aspas, bonito é bem questionável. Mas escolher os lugares que a gente sente que precisa daquilo, que a gente sabe que vai transmitir pro máximo de pessoas possível aquela mensagem. Um lugar muito cinza, muito branco ou um lugar que já está deteriorado com certeza é um lugar que eu vou escolher mais, que eu vou querer mais.”

 Como foi pra você grafitar na praça da liberdade/ savassi ? Você estudou a área antes de fazer o desenho ou se sentiu  livre para criar ?

K: “É um lugar que já era colorido, que emana cultura. Eu escolhi um lugar específico na praça que é na frente de um ponto de ônibus, que é um lugar que as pessoas param com certeza voltando do trabalho cansadas, então eu queria que elas pudessem ver algo nesse período, parar pra pensar sobre alguma coisa, ou que alegrassem o dia delas ou que fizesse elas refletirem sobre algo.”

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