Home Cultura Cria Periferia – Das ruas para a web: Oficina gratuita de audiovisual para artistas da periferia da região da pampulha está com inscrições abertas

Cria Periferia – Das ruas para a web: Oficina gratuita de audiovisual para artistas da periferia da região da pampulha está com inscrições abertas

by Gabriel Barros


Serão selecionados 30 artistas residentes do Território de Gestão Compartilhada P4, subdivisão da regional Pampulha, para formação em audiovisual, que vai de como colocar a ideia no papel à distribuição dos vídeos em plataformas digitais. A proposta leva em conta o forte crescimento da demanda por produções audiovisuais para a web, durante o período de isolamento social e a dificuldade econômica de artistas da periferia

Artistas residentes na subdivisão P4 da regional Pampulha poderão se inscrever até o dia 25 de agosto para o Cria Periferia – das Ruas para a Web, oficina gratuita que tem o objetivo de fornecer conhecimento para produção audiovisual online a artistas periféricos, de modo a impulsionar a divulgação e comercialização de sua arte em meio digital. Para se candidatar é necessário ser maior de 18 anos e residir na Regional P4 que compreende os bairros Alípio de Melo, Confisco, Conjunto Celso Machado, Inconfidência, Itatiaia, Jardim Alvorada, Jardim São José, Manacás, Santa Terezinha, Serrano, Urca, Vila Antena Montanhês, Vila Jardim Alvorada, Vila Jardim Montanhês, Vila Jardim São José e Vila Santo Antônio Barroquinha. Artistas de áreas de atuação tais como música, dança, teatro, pintura, escultura, desenho, grafite, cerâmica, gravura, artesanato, literatura, fotografia, cinema e arte digital podem se inscrever pelo formulário de inscrição (https://forms.gle/P3C4NMh8x5Jni2vU7).

O curso será dividido em 10 encontros distribuídos em cinco módulos e os artistas terão aulas entre os meses de setembro e outubro, às terças e quintas, das 19h às 21h, por meio da plataforma de videoconferência Google Meet. Durante a oficina, os selecionados aprenderão como produzir um roteiro de gravação; principais noções de direção de fotografia tais como iluminação, planos e ângulos, movimentos de câmera e temperatura de cor; como capturar áudio com qualidade e como fazer bom uso da trilha sonora; como editar seus próprios vídeos e como divulgá-los de forma profissional. Os alunos também terão acesso a um grupo de Whatsapp para trocarem experiências e sanarem as dúvidas sobre o conteúdo ministrado. 

A lista de selecionados será divulgada pelas redes sociais do projeto até o dia 30 de agosto e os selecionados serão comunicados via telefone ou email. As aulas terão início no dia 7 de setembro. Em caso de dúvidas e para mais informações, os candidatos podem enviar um email para criaperiferia@gmail.com. Para se inscrever, as pessoas interessadas deverão preencher o formulário (https://forms.gle/P3C4NMh8x5Jni2vU7). É necessário o envio de uma foto pessoal, comprovante de residência, portfólio ou um vídeo de até dois minutos de duração que demonstre sua atuação.

Democratização do audiovisual

Pessoas negras, LGBTQIAP+ e PCDs (com mobilidade reduzida) serão priorizadas na seleção, como forma de contribuir na formação de profissionais que, além de serem da periferia, também fazem parte de grupos minoritários. Além disso, para cada módulo da oficina será produzido um vídeo resumo sobre os assuntos tratados que serão disponibilizados com legenda no canal do Cria Periferia no Youtube.

Sobre o projeto

O projeto surgiu para empoderar artistas periféricos que há mais de um ano convivem com a não realização ou intensa redução de suas atividades artístico-culturais, já que para  preservar a vida e a saúde das pessoas, muitos eventos não foram realizados. Ao mesmo tempo em que as pessoas se isolaram, a vida online ganhou força, em especial, conteúdos em vídeo. Essa nova realidade se apresenta como uma oportunidade para que artistas da periferia possam acompanhar o avanço das manifestações artísticas em meio digital e crescerem economicamente.

Mônica Veiga, proponente do projeto, explica que o meio on-line se tornou o palco da vida e vídeos são meios de interligar realizadores com seu público. “Aquelas pessoas que puderam, rapidamente se adequaram para esta nova realidade ao perceberem o poder do vídeo  online que adentra com força, na casa e na palma da mão do público. Mas muitos artistas não possuem recursos para terceirizar a produção  audiovisual”. A cineasta ressalta a vulnerabilidade em que tais artistas estão expostos. “Além do mais, a luta pela sobrevivência os deixou despreparados para se arriscarem na produção audiovisual por conta própria, se jogando em um mundo de técnicas desconhecidas”, destaca.

Mônica, que trabalha há 15 anos com o audiovisual e, ao lado da companheira Dalila, dirige a produtora Atlântico Filmes, morou por dois anos no bairro Jardim São José, convivendo com a realidade dos artistas da região. Na ocasião, pôde perceber que oportunidades aparecem em vários pontos da cidade, mas que na periferia isso não é tão evidente. Para Mônica, essa é a motivação necessária para dar vida a um projeto focado na região.

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