Home Cultura Coletivo 6342: levando mensagens positivas pelas ruas de Belo Horizonte

Coletivo 6342: levando mensagens positivas pelas ruas de Belo Horizonte

by Ana Flávia

Entrevista com Pedro Vuks

Como começou o projeto?

Pedro: Surge dentro da Igreja Batista da Lagoinha, nós somos uma das sedes que atua aqui nessa região. Dentro dessa igreja as pessoas se conhecem, as pessoas se conectam, as pessoas criam afinidades, e essas afinidades precisam se materializar de alguma forma. Então a partir disso, surge o que nós chamamos de ministérios, que são o ajuntamento de pessoas que tem coisas em comum. O coletivo dentro da igreja não é um ministério como o Louvor ou o Teatro, mas ele surge a partir de pessoas com um interesse em comum que gostam da cultura urbana, que gostam da rua, que gostam do movimento noturno e que gostam de se expressar. Dentro disso essas pessoas encontram no lambe-lambe, no grafite, a oportunidade de se expressar publicamente na rua. O coletivo surge com base nesses interesses para alcançar pessoas que passam pelas ruas sendo elas religiosas ou não. O nosso objetivo é martelar na questão da humanidade, de Jesus, e da igreja. E nossas mensagens vão estar sempre nessa direção, contra a religiosidade, a falta de igualdade, e contra a inclinação do ser humano de tentar ser melhor do que o outro.

Quando começou o as atividades do Coletivo 6342?

P: Ele iniciou em 2015, mas ficou arquivado e voltou à ativa há dois meses.

Por que vocês escolheram a região da Savassi?

P: Apesar de a igreja ser localizada aqui na região da Savassi, e o 6342 é referência à um de nossos prédios na Av. do Contorno, ele tem inicio aqui porquê é onde nós estamos e é onde se concentra uma grande manifestação cultura urbana de Belo Horizonte. Nós acreditamos nessa efervescência cultural, nessa mescla, nessa coisa cosmopolita que a Savassi possuí. Por aqui passa de tudo crente, católico, espirita, e nós alcançamos essas pessoas. Ao mesmo tempo chega o intelectual, influente, contestador e nós queremos criar um diálogo com essas pessoas. Mas ele não irá se restringir a Savassi, nós estamos aqui por que é mais fácil atuar aqui depois do culto. Nós temos  o objetivo de ter uma ação do coletivo que vai chegar à pontos de Belo Horizonte que são locais de suicídio, por exemplo o Viaduto Santa Tereza vamos colocar mensagens que podem ser uma dose de esperança para aquela pessoa que quer tirar a própria vida. Vai ter esse movimento que vai passar por toda cidade e também pelo Brasil. Nós temos um integrante do coletivo que é escritor e foi para o norte do Brasil divulgar seu trabalho, e lá ele vai colar cartazes do coletivo para divulgar o nosso trabalho aos quatro ventos e inicialmente aqui na Savassi por ser um alto falante onde as pessoas escutam, mas nós vamos a outros lugares também.

Qual é a reação das pessoas, e qual o impacto você acredita que o Coletivo tem na vida das pessoas que são alcançadas?

P: Inicialmente ele alcança muitas pessoas que estão magoadas com a igreja e seus líderes, e são muitas infelizmente. Essas pessoas elas se conectam nessa mensagem de que Jesus não é evangélico. Essa mensagem não quer dizer que Jesus não seja evangélico, porque ele é o próprio evangelho. Mas o que queremos dizer é que Jesus não é aquele evangélico preconceituoso, agressivo, segregador, divisor, e que machuca. Ele é não é esse Jesus. Ele é Deus de amor. As pessoas associam com isso “existem alguém que pensa como eu”, que está dentro da igreja e vai contra toda essa ideia ruim de uma parcela da mesma. Nós não podemos generalizar, existem pessoas boas e ruins dentro das igrejas.  As pessoas se vinculam com esse grito de liberdade que flui da igreja e se sentem representados nisso. Uma das nossas finalidades é dialogar de forma igual, sem ser excêntrico na comunicação.  A galera nos recebeu bem. Claro existem algumas dificuldades, um dia você cola o lambe e no outro ele já não está mais lá, a manifestação de gostar ou não é muito prática, não gostei eu vou tirar, esse tipo de confronto existe.  Por enquanto está sendo bem aceito, mas estamos preparados para o momento de contestação que um dia pode chegar até nós.

Como vocês escolhem o que vão colocam nos lambes (cartazes)?

P: Nesse primeiro momento acontecem reuniões e nós colocamos os temas que acreditamos que são mais importantes no momento. Agora estamos trabalhando com o tema religiosidade, e estamos anunciando que Jesus não é religioso ou segregador.  A gente faz um brainstorm onde as pessoas mandam frases relacionadas ao tema, que nesse período é religiosidade e a partir disso a gente abre para os integrantes do coletivo e vamos construindo visualmente  os manifestos.

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