Home Cotidiano Mobilidade e Covid-19 entre polêmicas e desafios.

Mobilidade e Covid-19 entre polêmicas e desafios.

by Patrick Ferreira

A pandemia está durando mais do que o esperado e com isso, as pessoas precisaram sair de casa, porém, encontram o desafio da mobilidade na cidade e da prevenção

Por mais de 1 ano, o Novo Coronavírus vem deixando os brasileiros tensos e inevitavelmente, as pessoas precisaram sair de casa para trabalhar, resolver problemas, pagar contas e fazer compras necessárias. Com isso, encontram dificuldade de locomoção pela cidade. Em Belo Horizonte se encontram ônibus reduzidos e consequentemente lotados, metrô mais caro, combustível mais caro, com a dificuldade financeira e desemprego, carros por aplicativo ficam na última opção de muitas pessoas.

De dezembro de 2020 a março deste ano, a prefeitura de Belo Horizonte desembolsou R$ 68 milhões em compras antecipadas de vales-transportes para “ajudar” as concessionárias que alegam dificuldades financeiras durante a pandemia. Mesmo assim, 433 ônibus foram retirados de circulação, o que corresponde a 15% da frota. O resultado foi superlotação, especialmente em horários de pico.

Em um ano, a BHTrans emitiu 22 mil autuações às empresas de ônibus por descumprimento de normas sanitárias durante a pandemia. Nenhuma foi paga.

No site da BHTrans é possível observar linhas de ônibus de grande fluxo, com horários extremamente reduzidos. A linha 9410, que liga os bairros Coração Eucarístico e Sagrada Família (bairro mais populoso de BH), que passa pela PUC, Av.Teresa Cristina, Barro Preto, Centro e Floresta e Cidade Nova, tem como último ônibus do dia, às 19:20, sendo que o comércio por exemplo, está aberto até pelo menos 21h nos shoppings. 

Outro exemplo é da linha 3503A, que liga o Santa Terezinha ao São Gabriel, que possui seu último carro às 18:50. Ônibus que passa pela Av. Carlos Luz, Centro, Av. Cristiano Machado, Minas Shopping e Estação São Gabriel, pontos importantes da cidade.

O resultado desta redução é a lotação e o contágio do vírus, embora não seja a opinião do Prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil que disse em coletiva: “O problema da BHTrans é complicadíssimo, e nós estamos chegando à conclusão em estudos de que não é nos ônibus que estão contaminando”.

Segundo o infectologista Leandro Curi, locais fechados podem contaminar até mesmo horas depois de alguém infectado não estar mais no ambiente: “Qualquer local fechado com proximidade de pessoas tem chance de contaminação, principalmente se alguém estiver infectado, por exemplo, não usando corretamente a máscara, conversando no ônibus. Então bastam poucos segundos para contaminação, não precisando ser uma coisa a longo prazo. Então a contaminação acontece por gotículas, nesse contato direto com micropartículas de saliva chegando a via respiratória, nariz boca de outra pessoa ou também com infecção pelo aerossol. Partículas muito muito pequenas ficam suspensas no ar bem leves e podem contaminar as pessoas até horas depois de alguém contaminado estar nele.” Explica. 

Sobre a afirmação de Kalil, Leandro explica: “Quando o prefeito fala sobre ônibus contaminar menos e  mais na reunião familiar, ele não está totalmente errado, porque em reunião familiar as pessoas estão muito próximas, geralmente, sem máscara, diferentemente do ônibus.” Completa. 

Aumento dos combustíveis

Muita gente para fugir da aglomeração, recorreu aos carros próprios e por aplicativos. O que apresenta dificuldade pelo aumento do preço dos combustíveis. A Petrobras anunciou no dia 16/04, aumentos de R$ 0,10 (3,7%) no preço do diesel e de R$ 0,05 (1,9%) no da gasolina nas refinarias da estatal, onde o litro do diesel passará a custar R$ 2,76, e o da gasolina, R$ 2,64.

Isso reflete na atividade de motoristas que se desanimam de rodar pelo alto gasto e pouco retorno por partes das empresas de transporte, como é o caso do Edson de Souza Ribeiro, motorista de aplicativo:  “Com a pandemia, as pessoas passaram a usar menos o aplicativo, com isso, ficamos rodando pela cidade gastando gasolina sem passageiros, gerando um gasto alto e pouco retorno, já que a Uber e 99 ainda descontam de nossas corridas uma parte”. 

Cuidados com higienização de veículos

Além do fator financeiro, há também o risco de contaminação. Felizmente, há maneiras de reduzir os danos com limpeza e desinfecção frequente dos veículos. Os ônibus e metrôs de BH já fazem o trabalho de desinfecção dos veículos, mas há como fazer isso nos carros próprios. Uma empresa de Belo Horizonte oferece o serviço de desinfecção por Ozônio. O empresário e especialista em estética automotiva, Igor Raboni explica como funciona o procedimento:

“Se trata de uma máquina com tecnologia de plasma frio, que quando ligada dentro do carro, transforma o oxigênio contaminado em limpo, eliminando micro-organismos, incluindo o Novo Coronavírus. Inclusive indicado para fazer até depois da pandemia,pois o carro na rua pode adquirir vários tipos de microorganismos causadores de doenças, que higienizando, preserva a saúde de crianças e idosos, por exemplo.”

A pandemia está ativa ainda e a vida cotidiana também. Enquanto a população não está totalmente vacinada nossa prevenção é: lavar as mãos, álcool em gel, máscaras e cobrar posicionamento das autoridades. 

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